FUTEBOL
Juniores: Sporting - Benfica, 2-0
Juvenis: Micaelense - Sporting, 0-5
Iniciados: Sporting - V. Setúbal, 4-1
I Liga: Sporting - Naval, 0-0
FUTSAL
Taça Portugal (Final): Benfica - Sporting, 5-9
É com muito orgulho que vejo o meu nome na lista dos Blogs Oficializados pelo Sporting.
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AS MÃOS E OS PÉS
A semana futebolística consumiu-se na combustão do Barcelona--Benfica, erguido a transe quase colectivo pela cosmética das televisões, que maquilharam o drama até ao limite do suportável. Houve directos intermináveis, rememorações do passado, adereços psicológicos, horas de conversa fiada, e visitas ao bastidores ("É por esta porta que os jogadores vão entrar") num festim de pura inocuidade onde emergiram as mais inocentes benfiquices, como essa de António Lobo Antunes, que "não consegue compreender como se pode não ser do, Benfica". Custa a perceber, realmente.,
Foi tal a extensão das operações que se diria estarmos na final. Aliás, nem as recentes finais europeias de FC. Porto e Sporting mereceram tratamento que se assemelhasse. E também isso custa a perceber. Ou talvez não. Afinal, como disse o "gato fedorento" presente em Camp Nou, "estava ali a melhor equipa do mundo, e também o Barcelona, é claro". Ficámos a imaginar onde poderia chegar este delírio de irrealidade se isto continuasse. Será que nós, os tais desvios da norma a que se refere Lobo Antunes, conseguiríamos sobreviver a semelhante transe? Quanto ao jogo em si, há que constatar que, em toda a extensão temporal da eliminatória, houve apenas um momento fugaz em que o Benfica poderia ter entrado na discussão. Talvez por isso foi tão valorizado esse momento em que o pé esquerdo de Simão se equivocou. Aliás, a maioria dos comentadores, sobretudo aqueles que também não compreendem como se pode não ser do Benfica, elegeram esse como o momento do jogo. E, no entanto, esse foi apenas o único momento em que o Benfica poderia ter marcado um golo. Ou os momentos em que os avançados do Barcelona esbanjaram golos, incluindo um penalti, não pertenciam àquele jogo? Disseram esses que o falhanço de Simão, mais um penalti não assinalado no jogo da primeira mão, poderiam ter mudado o rumo da eliminatória. E isto não custa a perceber. Trata-se de um esforço da imaginação para tentar corrigir a realidade, um comportamento próprio de quem acaba de despertar de um estranho sonho.
Vejamos, mesmo assim, esse outro lance. Quando Lubos Michel sancionou a mão de Petit, os queixumes que duravam há uma semana tornaram-se clamor. "É idêntico ao do Estádio da Luz", gritou Paulo Catarro, o comentador da RTP-1. Não era. Seria idêntico se "em nada diferisse do outro", como nos esclarece o dicionário, mas não era sequer parecido ou análogo, apenas ligeiramente semelhante. Petít fez um corte ostensivo com o punho enquanto o lance de Motta, que não fez qualquer movimento na direcção da bola com o braço, cai no domínio da interpretação subjectiva. Nestes casos, a dúvida gera a hesitação do árbitro que deixa quase sempre escapar o tal momento em que podia ter apitado. O que foi idêntico foi o modo como Beto e Petit meteram os pés pelas mãos, ou a docilidade com que Koeman encarou os dois jogos, tentando atrair a sorte sem nada fazer por isso. Para apoquentar este Barcelona era preciso pegar mais cedo no trabalho de construção do resultado e não limitar-se à demolição esforçada do jogo adversário. E este Benfica teve um horário de trabalho atacante limitado, que só abria perto do final do jogo, mais ou menos quando faltavam vinte minutos. Por isso, e apesar da superioridade catalã, ficou a sensação de que Koeman não fez tudo o que podia para animar a discussão. Até porque se viu a perder muito cedo, deveria ter jogado mais tempo com Karagounis, o único médio que poderia levar a bola aos atacantes, e menos tempo com Beto, que é um desses jogadores de que todos os clubes precisam, mas que devem ser escondidos nestas ocasiões. Quem viu aquele lance que originou o primeiro golo do Barcelona convenceu-se de que ele distorce o conhecido conselho bíblico e "faz com o que o seu pé esquerdo não saiba o que faz o pé direito" (e vice-versa, naturalmente), o que leva a que ambos tentem chutar a bola ao mesmo tempo. E, apesar de caricato, não terá sido também esse um dos momentos do jogo?
JN, 9-4-2006, Crónica, Visto do Sofá, por Álvaro Magalhães
Depois de tudo quanto se disse, sobretudo no sector da crítica,
mesmo a mais especializada, sobre a arbitragem de Pedro Henriques no Belenenses-Benfica
de sábado passado, era obviamente importante ouvi-lo.
- Que é que se passa? Então ficaram dois ou três
penáltis por marcar contra o Benfica, no Restelo.É pelo menos
fortemente acusado disso...
- Bom, críticas houve que foram apenas próprias de quem
as fez...
- Mas ficaram penáltis por marcar, ou não?
- Na minha opinião, ficaram dois.
- Quais?
- Um, por falta de Petit sobre, creio, José Pedro, aos 5 minutos
da 2ª parte. E outro, por mão do Manduca, aos 77 minutos. No
campo, pareceu-me ombro, mas depois vi que a bola tinha batido entre o
ombro e o bíceps, no braço, portanto.
- E o terceiro - carga de Luisão e de Anderson sobre Meyong,
logo aos 16 minutos de jogo - não foi penálti?
- Há com efeito contacto físico, mas que eu nunca assinalo,
nem dentro nem fora da área. Se assinalasse, haveria 70 e tal faltas
por jogo. Pelo que, repito, nunca assinalo lances em que se verifique esse
tipo de contacto.
- Já viu as imagens do jogo?
- Vi apenas um resumo, os lances capitais, através de uma gravação
que me fazem de todos os meus jogos, para eu analisar as decisões
certas e erradas que durante elas tomei.
- Sabe que a sua forma digamos que algo permissiva de apitar, embora
suscite alguns elogios, também levanta muitas críticas, não
é verdade?
- Um árbitro está sujeito a isso, e eu particularmente.
Mas acho engraçado o seguinte: os mesmos comentadores que aplaudem
a forma de apitar os jogos em Inglaterra - é pelo menos isso o que
dizem nas suas transmissões dos jogos da Premier League - no que
se refere aos jogos do nosso campeonato são muito críticos
com essa mesma forma de apitar... Que é que quer que lhe diga?
- Neste caso porém o Pedro Henriques não só
errou sempre para o mesmo lado - no caso, o Benfica - como errou a favor
de um grande contra um já não digo pequeno, mas médio...
- Mas a verdade é que também fui eu quem apitou o Benfica-Sorting
na Luz, um jogo que os benfiquistas perderam por 3-1. como toda a gente
deve estar lembrada...